VÃctor Pino Torche, o primeiro cavalheiro em nossa história, não nasceu em uma famÃlia tradicional de vinho chileno. A famÃlia trabalhava na administração de mineração e a fazenda era um refúgio durante os verões em San Juan de Pirque. San Juan não era 'paÃs do vinho', mas simplesmente uma pequena vila nas margens do Rio Maipo, bem alto onde o Vale do Maipo se estreita e se eleva até o Cajón do Maipo, ladeado de ambos os lados por grandes paredes de pedra dos Andes. O segundo cavalheiro em nossa história: William Fevre, é mais conhecido por seu Premier Cru Chablis que ele produz na Borgonha. O Sr. Fevre estava procurando por terroir para produzir Chardonnay. Ele achou estranho que os produtores de vinho chilenos produziam frutas nas planÃcies e procuravam terras altas nas montanhas. E foi assim que ele chegou à porta de Victor em San Juan após explorar a propriedade das colinas a cavalo. Depois de muita conversa, ficou claro que Victor não se separaria do que a famÃlia mantinha caro, e assim foi formada uma parceria que desenvolveria os vinhedos e uma pequena vinÃcola baseada no profundo senso de negócios de William e na determinação de Victor. Doze hectares foram plantados, e depois mais em outra fazenda da famÃlia Pino. Cinco anos depois, uma vinÃcola foi construÃda. Foi um empreendimento prático que incluÃa equipamentos modernos, mas claramente voltado para uma operação estilo borgonhês que fazia vinhos lentamente, em menor escala, barrica por barrica. Os vinhos logo encontraram seu caminho para a Europa. Inicialmente, várias engarrafamentos de Chardonnay, mais em estilo do velho mundo, tocaram o coração dos mercados, mas posteriormente o Cabernet crescendo nas montanhas seria reconhecido. As vinhas demoraram a amadurecer, pois foram plantadas em altitudes mais elevadas, onde a neve caÃa e a estação de crescimento era mais fresca. Nenhum dos fundadores tinha pressa. A paciência era permitida. As raÃzes dos vinhedos cresceram profundamente nos subsolos das margens do Rio Maipo. Quando fotos da poda de inverno mostravam neve no chão, muitos na indústria chilena achavam engraçado e pensavam que Victor estava louco por ter embarcado em tal aventura. Décadas se passaram, os vinhedos amadureceram e o projeto deu uma virada. William vendeu suas marcas na Borgonha para um grande conglomerado de vinhos francês, mas ele manteve duas coisas: a terra de seu Premier Cru (que ele alugava do conglomerado) e uma participação minoritária na empresa de montanha em San Juan. Até 2000, uma dúzia de paÃses haviam adotado os vinhos e havia uma oportunidade para expandir a empresa. O filho mais novo de Victor, Gonzalo, ficou interessado, tão interessado que, com seis filhos na escola, ele abandonou uma carreira confortável no varejo e foi trabalhar na fazenda. Sob a liderança de Gonzalo, a empresa continuou a se diferenciar das demais. Gonzalo procurou a ajuda do Dr. Pedro Parra para entender melhor por que os vinhos de San Juan eram diferentes e como a fazenda poderia se distinguir ainda mais. O trabalho continuou e o pequeno negócio continuou a crescer. Quando o enólogo Cristián Aliaga se juntou, a empresa encontrou seu foco em menos vinhos. Os lotes estavam agora bem separados e os solos bem compreendidos. Tornou-se evidente que a segunda propriedade, plantada ao lado da vinÃcola, havia sido o leito de um antigo afluente do Rio Clarillo. Esses lotes foram separados para refletir o caminho sinuoso do leito do rio. Alguns dos lotes foram enxertados e anos depois um Cabernet terroso e um Cabernet Franc encontraram o caminho para as melhores misturas. À medida que a notÃcia se espalhava no comércio, pequenos lotes de frutas de montanha foram disponibilizados para outras vinÃcolas, e o projeto despertou o interesse de Alberto Antonini, que assinou como consultor de mistura. Hoje, o trabalho continua com paciência e resolução sob o olhar orgulhoso de Victor e William, que, vinte anos depois, mal começaram a falar sobre o projeto: 'Agora há algo na garrafa, há algo para se falar.'